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CANOENSES ILUSTRES

Foi líder dos jangadeiros nas lutas abolicionistas da escravatura. Nasceu em Canoa Quebrada no dia 15 de abril de 1839. Seu pai Manoel do Nascimento faleceu nos seringais Amazônicos. Sua mãe Matilde Maria da Conceição o criara em meio a muitas dificuldades. “Chico da Matilde “, como era conhecido Francisco José, se viu desde cedo envolvido no cotidiano do litoral. Tendo que trabalhar muito cedo, começou como menino de recados a bordo do navio Tubarão. Depois passou à profissão de prático, para finalmente chegar a prático-mor da barra do Porto de Fortaleza. Francisco José só aprenderia a ler aos 20 anos de idade. Transportando nas jangadas mercadorias, inclusive escravos, entre os navios e terra firme. A seca que assolou o Ceará entre os anos de 1877 e 1879 desorganizou a produção do estado e matou de fome, de varíola e de cólera mais de um quarto da população. Durante a tragédia, foi organizada uma campanha de socorro às vítimas e Francisco, ao participar do esforço de ajuda à população, conheceria João Cordeiro, o então comissário-geral dos Socorros Públicos.

Com o advento da República, João Cordeiro assumiu brevemente a presidência do estado. Nessa ocasião, entregou ao Dragão do Mar a patente de Major-Ajudante de Ordens do Secretário-Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará, em reconhecimento de sua bravura. A Guarda Nacional era uma das corporações mais importantes do estado brasileiro e com grande visibilidade social.O Dragão do Mar faleceu em 1914 em Fortaleza.Em 1884, depois da abolição total dos escravos no Ceará, ele foi ao Rio de Janeiro levando a jangada Espírito Santo, com a qual havia participado da greve. Lá a jangada ficou no Museu nacional e o Imperador o reconduziu ao cargo perdido antes.
Em 1890, recebeu a patente de Major – Ajudante de Ordem do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará.
Pela sua coragem tornou-se herói nacional, sendo recebido na corte imperial pelo nome de ” Dragão do Mar “. Faleceu em 6 de março de 1914. Ele dá nome, por exemplo, ao Centro de Cultura do estado, que fica próximo a praia de iracema, aqui em Fortaleza. Vale a pena dar uma passada lá!

O laço entre os dois se estreitaria com a causa abolicionista. Arrasados pela seca e pelo cólera, os grandes proprietários escravistas do Ceará, para minimizar seus prejuízos, procuraram vender seus escravos aos fazendeiros do sudeste, onde havia grande demanda de mão-de-obra em função do cultivo do café. O preço era favorável. Mas, para isto, era preciso embarcá-los no Porto de Fortaleza. Casado com D. Joaquina Francisca, o Chico da Matilde adere a causa abolicionista e não mais permite o tráfico de escravos. Pela sua coragem tornou-se herói nacional, sendo recebido na corte imperial pelo nome de “Dragão do Mar”. Faleceu em 6 de março de 1914. Em 1874 foi nomeado prático da Capitania dos Portos, convivendo com o drama do tráfico de escravos e sendo mulato, se envolveu na luta pelo abolicionismo, e uma de suas atitudes foi o fechamento do Porto de Fortaleza ao tráfico de escravos para as outras províncias. Isso lhe custou seu cargo em 1881, por conta do movimento dos jangadeiros acima descrito.Ao longo da década de 1880, começaram a surgir sociedades civis engajadas na luta abolicionista, como a Sociedade Cearense Libertadora, fundada em 1880, e que tinha João Cordeiro como presidente. Esta sociedade teve apoio incondicional de Francisco, que chegou a ser eleito seu diretor. Sob o slogan de “no Ceará não se embarcam escravos”, os jangadeiros, liderados por Francisco, impediram o embarque de cativos, bloqueando o porto. Francisco foi ameaçado com perseguições e com uma ação judicial por crime de sedição. Mas graças à sua vigilância e ação firme, o porto se manteve inviolável. Sem alternativa, os senhores de escravos acabaram concordando com a liberdade de seus cativos.A notícia espalhou-se rapidamente em todas as cidades, sendo decretado o fim da escravidão no estado do Ceará. Em 1884, o estado foi o primeiro a abolir a escravidão, quatro anos antes do restante do Brasil.Em 30 de novembro de 1882 lança seu brado libertário no Porto de Fortaleza : “não há força bruta neste mundo que o faça reabrir ao tráfico negreiro !

O jangadeiro Francisco José do Nascimento foi herói da abolição no Ceará. Sua bravura no bloqueio do porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravos, rendeu-lhe o apelido de Dragão do Mar.Em 25 de março de 1884, os abolicionistas da Corte levaram-no ao Rio de Janeiro para uma visita de 15 dias, com direito a desfile ao longo da cidade e festas em sua homenagem.

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